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Lilypie 1st Birthday Ticker

domingo, 30 de dezembro de 2007

O Balanço do ano


Ao soar das 12 badaladas que recebem o novo ano fazemos o balanço de outros tantos meses com que preenchemos mais um ano de vida. Para trás e para a frente de forma a ganhar balanço lançámos o futuro que fará de 2008 um ano Vintage. Para nós só falta provar deste néctar de esperança que fermenta na pipa mais desejada da colheita 2007. Um ano que deu frutos para a hora da vindima podermos degustar desta salada de vida que se renova a cada gesto de carinho com que árvores de copa larga nos abraçam. 2007 foi o ano de maior realização pessoal que eterniza a nossa memória.

Para aqueles de quem muito gostamos desejamos um ano tão bom como foi o de 2007 para a nossa família. E porque melhor não poderia ser aqui ficam os momentos do ano:

Fruto do Ano: Cogumelo
A foto do ano: Beatriz a provar do seu doce quando xuxa no dedo.
Cor do ano: Rosa Predictor
Barriga do ano: Pai solidário que acompanha o crescimento da sua cria.
Best Mamy: Lurdes meloazinha
Desportista do ano: Espermatozóide que deu vida à nossa mais desejada.

A mais desejada do ano: Beatriz Martins Malta

sábado, 29 de dezembro de 2007

Pinceladas de Amor (27 semanas - T2)


Alguem disse que o Natal é sempre quando o homem quiser. E quando se juntam as Tias de Carvalhais para mais um convívio de amigos este espírito prolonga a festa que faz desta quadra uma boa razão para presentear os que mais gostamos. Neste contexto a mais desejada trouxe para casa mais um cabaz de prendas (e que prendas...). Pinceladas de amor que ajudam a compor este quadro colorido que inunda a nossa vivência. A Beatriz agradece e os pais cogumelos levam para a casa a certeza de ter uma familia feliz cheia de tias.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

á á á, já vamos na 27ª semana



Para esta semana uma nova versão da canção de roda "á á á minha machadinha". Sinais do tempo que alteram a nossa musicalidade fazem desta música um remix de Hip Hop com Chil Out. Letra cheia de mensagens subliminares mais parece uma canção para adultos. Talvez uma forma de chegar mais facilmente à consciência dos seus cantadores.

A Bia tem andado muito ocupada com a preparação da sua nova casa. Esta semana já nos escreveu o "Tou" com que vai entrar no ano de 2008. Veja no sitio habitual...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Natal 2007 (26 semanas - T2)


Um pijama e 23 rabanadas depois estamos de volta com mais algumas gramas de doçura. A balança até foi generosa para quem desfrutou da recheadissima mesa de Natal com que a incansável mamã nos brindou neste Natal. Muita comida, ainda mais alegria e claro como não podia deixar de ser o belo do pijama que este ano presenteou a progenitora de serviço que numa fisgada de sorte destronou o já consagrado Pijama Star.

Estes foram os ingredientes do ensaio geral para a recepção da nossa mais desejada que para o ano fará do nosso Natal um momento ainda mais especial. Para já, com os motores em aquecimento, a atenção da família focaliza-se no epicentro da nossa felicidade. A Beatriz não deixou por corações alheios a vontade de retribuir o mimo que a envolve e por isso puxou da cartola 9 Tuns que juntos vinculam o amor a que todos estamos intrinsecamente ligados. E como uma imagem vale mais do que 1000 palavras aqui fica a melhor prenda que podemos oferecer num Natal iluminado pela estrela que brilha nos nossos pensamentos. Espera… ouviram…escutem…sim..o bater do coração… é grande a emoção que nos preenche a alma a cada tum que recebemos. É este o significado do meu Natal que materializo junto daqueles que mais gosto.

Entrámos na 26 semana com o “Tou” a viajar, e para o "porquê da semana" deixá-mos a revelação de uma das mais conhecidas fábulas de Natal: Porque é que dizem que os duendes guardam um pote de ouro no fim de cada arco íris? Descubra-o no sitio habitual desta rubrica e abra este pote de surpresa carregando no link que ai encontra.

Este ano, o Pai Natal esbarrou na esquina do Lote 55 do ninho do Viriato. Quem ficou a ganhar foi a nossa Beatriz que sobreviveu à avalanche de presentes que o coro de Tias lhe vieram cantar. Pode ouvir esta sinfonia na Bia Fashion Gallery que esta semana na edição especial de Natal nos mostra a mais especial das partituras com que podemos embalar a musa do nosso Natal. A Bia agradece a todos os compositores que tornaram possível este recital. Procure na barra lateral do Blog no sitio habitual.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A todos um bom Natal... (26 semanas - T2)



A cantiga de roda desta semana recua ao meu imaginário de Natal. Em época de festas nada melhor que recordar uma das versões mais populares do famoso Coro de Santo Amaro de Oeiras. Quem é que não se lembra deste grupo que pontificava sempre as galas dos pequenos cantores e nesta quadra enchiam-nos a casa de música? Por isso cantem todos numa só voz:



A todos um bom Natal...



Estamos quase de partida para o 3º Trimestre que começa com o novo ano. Por isso a Beatriz fez as malas para mudar de casa. É só darem uma espreitadela ao "Tou" da semana no sítio habitual.



quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Salada de Desejos (25 semanas - T2)



O Natal é uma festa de familia. Por isso os 3 cogumelos desta familia desejam aos restantes frutos que têm partilhado esta terrina de emoções, um Natal iluminado de coisas boas.

Tertulias com sabor (25 semanas - T2)


A primeira luta titânica que pais afoitos das suas responsabilidades travam com os seus rebentos começa à primeira colherada de cada refeição. Uma disputa nutritiva que apela à nossa criatividade para podermos chegar ao fundo do prato. Engendram-se tácticas mais ou menos ridículas que apelam à nossa paciência. Todo o tipo de palhaçadas são permitidas. Referências a antigos fantasmas que possam demover as crianças de fecharem a boca são arremessadas para a conversa. Utilizações de pequenas peças de teatro fazem de nós actores de sucesso. Até inventamos ruídos esquisitos para compor o libreto que possa entreter o nosso mais desejado.

E nestas tertulias de sabor quando conseguimos a atenção do nosso companheiro de luta começam a assolar as dúvidas que ecoam pela parede da cozinha:
Quando começar? Que comida dar para o bebe? Como preparar a comida do bebe? O que não dar ao bebe? Quais são as necessidades do bebe? Como ter tempo de preparar uma comida saudável para o bebe? Como elaborar um cardápio nutritivo? Que quantidade ele precisa?

É curioso como alguns anos depois estes pressupostos mudam de barricada. A luta passa a ser entre o nosso aparelho gustativo e a consciência alimentar que entretanto nos incutiram. As armas de guerra são substituídas. O babete é trocado pela balança como instrumento de controlo. As papas transfiguram-se em doces ricos de tentação.

Estas rotinas alimentares acompanham-nos por toda a vida dividindo-nos em dois grupos: Aqueles que comem para viver e os que vivem para comer. Adivinhem a que grupo eu pertenço…

terça-feira, 18 de dezembro de 2007



Parabéns à Coco Aunt. Os 3 cogumelos do viriato oferecem a sinfonia que vai dar ainda mais cor a este dia.



sábado, 15 de dezembro de 2007

Amor Perfeito (25 semanas - T2)



Duas palavras para descrever o concerto de Maria João neste fim-de-semana no Teatro Viriato: Amor-perfeito. Para quem conhece, existe uma flor de mesmo nome que na sua aparente fragilidade nos consegue surpreender com uma colorida resistência capaz de espalhar uma perfeita harmonia bucólica.

Maria João como a flor de seu nome são forças da natureza que genuinamente nos conseguem colar a emoção ao peito. Um espectáculo comovente onde as raízes africanas fazem transbordar o misticismo de cada dialecto cantado. O auge da versatilidade para quem faz da voz um instrumento perfeito de dialogo com o público. Há coisas memoráveis, que guardamos na nossa pequena caixa de recordações. Maria João com a sua habitual subtileza, sensibilidade e espontaneidade conquistou um lugar especial na minha galeria de memórias.

Ainda por cima também é moçambicana e melhor, já eternizou com Mário Laginha numa simbiose perfeita o nome da nossa mais desejada. Será por isso que a Beatriz pulou de contente na barriguita da mãe a cada compasso deste concerto. Digam lá se não tem bom gosto. Sai ao pai que como a Maria João já encontrou o seu Amor Perfeito.

Depois de plantarmos a semente esperamos ansiosamente pelo dia de levar a nossa flor a ver aquela que tão bem canta o seu nome. Fiquem com um cheirinho da Beatriz nesta sublime interpretação de Maria João que acompanhada por Mário Laginha nos canta o original de Chico Buarque numa fusão de culturas e afinidades.

Fraldas para que te quero (25 semanas - T2)



Quem disse que já não há fraldas de pano?
Quem disse que a costura está ultrapassada?
Quem disse que já não há tias prendadas que se oferecem para bordar o enxoval da Beatriz?
Quem disse que os enxovais estão fora de moda? (ahhh, esta foi eu. Mas 42 posts depois os pais babados costumam mudar de opinião)

Pois é, aqui está um bom exemplo de como através de um simples bocado de pano se pode escrever o espírito de partilha e amizade que a elegante Kitty corporiza nesta prenda dos tios ananases.

Esperemos que a não tenha de lavar muitas vezes…

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ohhhh...Chega...Chega a 25ª semana



Hoje comemoramos os 100 anos do nascimento de mais uma Beatriz especial. Para a menina da franja, ícone da cultura popular portuguesa um beijo da sua homónima. A princesa do cinema português que perdura na nossa recordação acompanha o "Tou" da semana. A nossa Beatriz já embrulhou a prenda de Natal que irá oferecer aos seus papas. Vejam no sítio habitual na barra lateral onde pode encontrar mais um porquê que esta semana se converte num desabafo humanista tão próprio desta época de fraternidade. Por isso chega...chega...chega-te a nós e partilha a nossa alegria.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Pinceladas de Vida (24 semanas - T2)

Bic Laranja? Bic Cristal? Chuchar express... Bongo, o bom sabor da selva?! A Pipi das Meias Altas?!?! (que saudade...) Era uma vez os três, os pequenos moscãoteiros, Não há tristeza para a nossa abelha Maia, Maaaaaiaaaaa!!! (arrepios....), Hey hey Vicky, hey Vicky hey, o TOPO GIGIIIIIOOOOO!!!!!!, É o fungagá, fungagá da bicharada! , Eu sou o avô cantigas, todas as crianças são minhas amigas!, Está na hora da caminha, vamos lá dormir....... (nostalgia...)


Pinceladas de uma vida colorida que nos traz à recordação momentos encantados que salpicaram a nossa juventude. Para os guerreiros do clã dos anos 80 que participaram nesta revolução de mentalidades aqui está o muro que delimita a fronteira de uma nova era.

Assim se pintaram tijolos que sustentam as nossas melhores recordações. Por isso, em muitas conversas de café, cruzamo-nos com referências a esta época. É como pegar numa lata de spray para enfeitar o muro. Quem viu o debate parlamentar deste mês, deparou com uma situação desta quando Santana Lopes comparava o Primeiro Ministro ao "Homem da Regisconta" . Que grande pincelada.

Mas como outros muros, com a evolução natural dos tempos os tijolos vão sendo substituídos para dar espaço a outras manifestações artísticas. Assim aparecem outros interesses, outras formas de linguagem, outros mandamentos. Aqui ficam os dez mandamentos que fazem da Beatriz e de todos que a quiserem seguir mulheres e homens de uma nova geração:


  1. Há anos que não jogas paciências com cartas de papel.
  2. Tens uma lista de 10 números de telefone para falar com a tua família de 3 pessoas.
  3. Envias um e-mail ou ligas-te ao Messenger para conversares com a pessoa que trabalha na mesa ao lado da tua.
  4. Usas o telemóvel na garagem de casa para pedir a alguém que te ajude a levar as compras.
  5. Se te esqueces do telemóvel em casa, ficas apavorado e voltas para buscá-lo.
  6. Conheces o significado de lol, tbm, qdo, xau, msm, dps...
  7. Não sabes o preço de um envelope comum.
  8. A maioria das anedotas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris-te sozinho.
  9. Quando o teu computador pára de funcionar, parece que foi o teu coração que parou. De manhã a primeira coisa que fazes, antes de tomar o pequeno almoço, é ligares o computador e ires ao Blog da Beatriz.
  10. Estás a ler este post e estás a concordar com a cabeça e a sorrir.

Little Angel (24 semanas - T2)

Um anjo está para chegar. Na Bia Fashion Gallery encontra as asas do mais dos desejados anjos que vai voar pelos nossos pensamentos. É o novo modelito para aconchegar o nosso Little Angel. Abrace-a no cantinho desta rubrica...

domingo, 9 de dezembro de 2007

Profissão de Futuro (24 semanas - T2)



A edição desta semana da revista visão apresenta um estudo estatístico sobre as profissões do futuro. Curiosamente ou não, entre o top ten encontra-se a profissão de Pai/Mãe. De facto é uma condição que nos envolve a tempo inteiro. Não podemos ser progenitores a part-time, não existe espaço para ambiguidades, não se pode delegar esta função sem assumi-la com sentido de responsabilidade. Não há bons e maus pais, há pais que como pais devem estar conscientes do seu trabalho. Porque ser pai não é simplesmente uma função biológica é necessário investir nos afectos que possam vincular as relações familiares.

Parece-me que o ruído gerado em torno do decréscimo da natalidade nos povos ocidentais tem reduzido esta questão à condição económica. Mas será que estamos mais pobres do que os nossos antepassados? Claramente que não. Os contextos é que mudaram, redefiniram-se os papéis, alteram-se as prioridades. Deve-se olhar o problema a montante, já que, na minha opinião, este resulta de factores sociais que alteram o ajustamento das famílias às sociedades contemporâneas.

É verdade que as politicas de natalidade se resumem a pequenas gratificações que são insuficientes para as despesas de tal situação. Mas quando se fecham escolas primárias, sap’s, maternidades e outros serviços fundamentais à fixação de pessoas hipotecamos muitos mais nascimentos. E se pusermos a mão à consciência esbarramos com progressões de carreira, estabilidade profissional, reciclagem de automóvel, troca de casa, qualidade de vida, liberdade para viajar e outros argumentos que se vão utilizando para anestesiar o melhor dos nossos instintos: A vontade de procriar.

A paternidade, na verdadeira assunção da palavra é a mais gratificante das profissões. E melhor, não há desemprego nem quotas que limitem esta ocupação. Por isso mandem um currículo ás vossas companheiras para se juntarem à nossa classe.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Indo eu Indo eu... (24 semanas - T2)



A caminho de um parto anunciado, cruzamos esta semana com um dos hits do top infantil. Uma versão académica trazida pelos conterrâneos da "Infantuna" bem conhecidos da nossa mamã (espera, esquecia-me que os tunos só aparecem em época de exames, que saudades...). A canção de roda desta semana tem duplo significado. Além de ser uma recordação é uma constatação. Dá voz à cidade museu, cúmplice das minhas vivências, que me viu crescer. As terras de Viriato viram nascer outros grandes guerreiros que com a sua arte souberam dignificar esta cidade jardim. Grão Vasco, Aquilino Ribeiro e D.Durte são os nossos mestres de cerimónia, mas a partir de 2 de Abril nascerá mais uma razão para celebrar esta viveiro de realeza. Por isso a partir desta data cantaremos:

"Indo eu indo eu a caminho de Viseu;
encontrei a Beatriz, Ai Jesus que é tão bonita;
Ora Zus, Truz Truz;
Ó Jesus Traz Traz;
Ora Chega...e põe no colo;
No colinho dos papás. "

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

As minhas mulheres (24 semanas - T2)



24 semanas depois aqui está o meu pote de mel que carrega no seu ventre o Quilinho de açúcar mais desejado deste Natal. Uma surpresa da Bia que oferece neste Post uma flor à melhor mamã do mundo. Mais palavras para, quê são as mulheres da minha vida...

Sexta-feira é dia de balanço semanal, por isso espreitem o Tou da semana com que a nossa Bia nos brinda. O "porquê" da semana encontrou um aparelho fantástico para pais pintados de fresco.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Os Bravos do Pelotão (23 semanas -T2)




Não! Não são os marines de qualquer armada imperialista comandada pelo cowboy Buch. Não são os sofridos lutadores de wrestling que empolgam os seus fãs a cada toque artístico de ataque pessoal. Os bravos do pelotão somos todos nós que nascemos na década de 70. Sim, segundo os novos pedagogos, pediatras da nova geração e elementos da armada ASAE não estaríamos vivos. Somos estóicos sobreviventes que soubemos resistir a todos os perigos que imputam a esta nova geração.

Quem não se lembra do sabor do óleo de fígado de bacalhau, uma luta desigual que a cada colherada nos deixava estarrecidos de “prazer” (nada comparado com o sabor dos modernos xaropes que mais parecem licores adocicados). Nunca ninguém percebeu bem as propriedades terapêuticas deste composto…e daí… quem é que hoje sabe explicar a origem de uma Virose?
Quem é que nunca lavou as orelhas com os pontiagudos cotonetes sem ferir mais os tímpanos que um concerto do ruidoso Marilyn Manson?!
Quem é que nunca bebeu água da mangueira do jardim e partilhou o copo de um refrigerante sem se preocupar com os micróbios alheios?!

Não tínhamos protectores para tapar as fichas de electricidade, fechos nos armários, frascos à prova de criança, brinquedos com rótulos da EU, chupetas esterilizadas, tintas anti-alérgicas, cadeiras ergonómicas e tantas outras coisas que são hoje consideradas essenciais à evolução humana.

Saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo até escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso. Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Caíamos das arvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos, mas sempre sem processos em tribunal. Havia pequenas escaramuças com os putos da rua, mas sem sermos processados (ou levarmos um estalo do Mourinho) Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes. Batíamos às portas de vizinhos e fugíamos. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.

Não tínhamos Play Station, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet. Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos à rua. Jogávamos ao elástico, íamos à barra, levávamos com a bola que doía especialmente em gélidos dias! Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou nãom, íamos sozinhos a pé para a escola, não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.

Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e mais desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

Por isso, caro amigo, se também conseguiu sobrevier a tudo isto é porque faz parte deste pelotão de elite de bravos revolucionários que cresceram em liberdade durante os anos 70 e 80.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Cantiga de roda da 23º semana



Mais uma música do meu imaginário que preenche os infantários e outros espaços de crescimento das nossas crianças. Uma versão desactualizada porque hoje já ninguém escreve cartas de amor. Onde se lê "leva-me esta carta" deveria ser escrito "manda-me este e-mail" ou "escreve-me este SMS". Onde se lê "ao meu namorado" deveria ser lido "ao meu companheiro" ou "amigo colorido" ou ainda "colega de curte".

Cantem o mais que puderem, porque já diz o ditado quem canta seus males espanta.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Os novos consultórios (23 semanas - T2)


No fio de novelo desenrolado a cada conversa de consultório tricota-se retratos sociológicos peculiares. A cada suspiro que se solta na expressão carrancuda dos seus pacientes forma-se o epicentro de uma onde de choque que percorre rapidamente o pensamento das pessoas que ocupam a sala. Ao puxar de um enigmático “é uma vida…” monta-se uma teia de expressões fatalistas tipo “coitadinho…é o pais que temos…Deus nos ajude…” que são usadas para completar espaço na cadeia de conversas que percorrem toda a sala.

Fervilho de inquietude a cada visita que tenho de fazer a centros de saúde, consultas externas e outras salas de espera de qualquer hospital. Pior que estar doente é ouvir falar de doenças em sítios enfermos aonde temos de nos deslocar nessas situações. Procuro evitar o olhar que acenda o rastilho de mais um queixume, mergulho no ecrã do telemóvel que serve de prancha de salvação ás correntes de desabafos estridentes, folheio revistas cor de rosa para abafar conversas fatalistas que ecoam por todos os cantos onde nos encostamos. Somos engodo fácil para profetas do desalento. Mas será que as pessoas ainda não perceberam que para as ajudarem têm de se deixar ajudar. Prefiro ser autista nestes viveiros de fatalismo que espelham o sentimento infeliz de dó tão característico do povo Lusitano. Já é tempo de rasgar a folha do dicionário onde se escreve "pena".

Mas nesta viagem que nos leva à mais desejada das bebés descobri um oásis no meio desta realidade. Existem ilhas perfeitas que nos abrigam de pessimismos em cada encontro com alguém de bata branca. Os (também) consultórios de Obstetras e Ginecologistas são pródigos em momentos de ansiedade e relaxamento (lembram-se de mais alguma coisa que se pareça com estes estados? Seus marotos…). A realidade neste contexto é transfigurada. Os suspiros são substituídos por olhares indiscretos que procuram a maior barriga, os queixumes são comutados por relatos orgulhosos de novas sensações, as conversas fatalistas convertem-se em manuais de puericultura óptimos para pais inexperientes. E neste espaço de esperança as futuras mamas saem mais seguras do que quando entram e carregam ares felizes de uma nova vida que as espera.

Afinal as horas infindáveis de espera podem também nos trazer alguma mais valia, nem que seja o texto de mais um post para mostrar à Beatriz.