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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

The Day After (33 semanas - T3)


Calam-se os silêncios, preenchem-se espaços, encadeiam-se rotinas. À chegada da nova inquilina acertam-se os relógios biológicos para nos adoptarmos ao seu ritmo de vida.

“Queen of the house” a pequena Beatriz dita o tom de uma nova composição. Os músicos desta marcha tocam ao som da sua batuta. Procuram decifrar o significado de cada choro que é lançado para a pauta pelo maestro da casa. O compasso da noite passa a ter novos intervalos que de forma regular nos obrigam a palpitar o sono. Chegam com as olheiras a vontade de dormir de dia.

Modelam-se novos espaços, descobrem-se dimensões ocultas em lugares comuns. Nesta transmutação encontramos o que chamo de “tuning pediátrico“. Tudo se passa no banco traseiro do carro que assume novos papeis. Cenário privilegiado deste enredo o espaço do banco posterior vai-se enchendo de adereços que possam entreter a actriz principal desta história. Desde bancos anatómicos (qual cadeira de realizador) até cortinas mais ou menos engalanadas (qual camarim de vedeta) passando pelos dísticos informativos a avisar automobilistas mais distraídos (qual estrela de cinema) a parafernália de acessórios vão-se acumulando no carro. O banco traseiro passa a ser a Passerelle das nossas preocupações e o palco de todas as atenções.

Precipitam-se rotinas que alteram a noção do espaço temporal. Novas ampulhetas regulam as unidades de tempo com que podemos caracterizar o nosso dia. Horas, minutos e segundo são substituídos por mamadas, mudanças de fralda e massagens de relaxamento. Neste encadeamento procuramos a satisfação plena do bebé.

E depois disto tudo? No descanso do guerreiro os novos heróis assumem-se como pais preocupados em partilhar com os seus rebentos o pouco tempo que dispõem. E não é que no meio de todas as suas responsabilidades são capazes de desempenhar de forma empenhada e interessada o seu papel.

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