badge
Lilypie 1st Birthday Ticker

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Era Digital (22 semanas - T2)


Com a semente da sociedade de informação apareceram novas mutações em crianças que crescem na era do digital. A disgrafia funcional, que se denota a cada K que usam nas suas mensagens instantâneas, está a alterar a sua forma de escrita. Não é raro ver em textos mais formais como testes de avaliação, requerimentos e outros documentos oficiais de suma importância, referência a estes tropeções gramaticais. Para professores e educadores que correm atrás do prejuízo, não é fácil esta luta constante contra a iliteracia que se vai instalando.

Peritos em gadgets, computadores pessoais e outras tecnologias de comunicação, as nossas crianças estão a potenciar o «lap» geracional que tem mudado o paradigma de educação. Como consequência, muda radicalmente o conceito de autoridade na família, nas escolas e noutras instituições que se vêem limitados na sua acção de controlo e orientação sobre uma nova realidade que desconhecem.

Multiplicam as redes sociais virtuais onde os jovens fabulizam relações à sua medida, perdem-se nas teias infindáveis de plataformas como Hi 5, reduzem os seus contactos a mensagens de texto desprovidas de afectos onde as emoções são substituídas por smiles pré-formatados. Neste contexto têm aparecido programas como o “Second Life” onde os feedback humanos se reduzem a contactos com os chamados “Avatares”, personagens virtuais que representam uma vida digital de alguém que perde muitas horas neste circo de plástico.

Assim é hoje muito estimulada a euforia acrítica com as possibilidades oferecidas pelo computador. Como se a máquina fosse a grande panaceia, a protagonista da história. Como se o resultado de seu emprego fosse sempre positivo e não dependesse das escolhas humanas. Essa utopia tecnológica desprovida de senso crítico é um engodo.

As máquinas foram feitas para servir o homem, não para servir o cérebro. É necessário combater a atrofia cognitiva a que os nossos jovens estão confinados neste cocktail tecnológico que lhes foi servido. Melhor prova disso é o recente concurso diário da RTP onde jovens com menos de 30 anos soluçam respostas descabidas, denotando falta de bases em áreas tão elementares como o cálculo, aritmética e estudo do meio que reflectem a falta de ginástica mental que hoje os meios automáticos nos estão a roubar.

Como em tudo na vida, é necessário tirar partido do que de melhor as coisas têm para nos oferecer. Por isso, companheiros de trincheira, toca a exercitar a criatividade dos nossos filhos para que o uso destas ferramentas não seja em si mesmo um fim mas um meio para chegar mais longe.

Sem comentários: