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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Expressão Popular (21 semanas - T2)



Para um genuíno beirão como eu, a identidade de um povo mede-se pelas suas tradições enraizadas em usos e costumes que caracterizam as suas gentes. Aquilino Ribeiro, expoente máximo desta forma literária, traduz as virtualidades da língua portuguesa num livro que faz parte das minhas memórias especiais. “O Malhadinhas”, obra emblemática de cultura popular, espelha o sentimento de pertença a uma comunidade a que faço parte com muito orgulho.

Neste contexto, não posso calar o meu espanto contra a fuga às origens que se vai efectivando a cada histerismo normativo que somos sujeitos. Num destes dias, esbarrei com o mais ridículo dos artigos do novo código penal português que me trocou as voltas ao ponto de me colocar na posição da loira do anúncio da Tv-Cabo. Então expliquem-me lá, como se eu fosse muito burro, como é que um simples piropo, esta pérola do calão português, possa dar 1 ano de cadeia ao seu autor.

Talvez para preencher as vagas abertas por delinquentes que entretanto são postos em liberdade, ou encher os bolsos de advogados que no seu discurso redondo evidenciam a inércia dos nossos tribunais atolados em processos risíveis. Um bom argumento para comediantes que facilmente transformam esta absurda lei em momentos de lazer.

Por isso caros compatriotas, vou continuar a comer castanhas embrulhados em papel de jornal; a ver anúncios que, apesar de sabermos serem ilusórios, nos mostram corpos saudáveis; e claro a preservar o vernáculo genuíno das nossas gentes lusitanas que servem de fio condutor à história de um povo.

E o que é que a Beatriz tem a ver com isto, perguntam vocês? Representa o nosso futuro que, espero, respeite o passado para poder compreender o presente. Não quero fazer parte de uma sociedade de plástico onde as memórias sejam escamoteadas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Subscrevo por inteiro...e aos piropos demasiado vernáculos...não se dá ouvidos...
Bjocas ao trio
Tia